quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobre contos

Obrigado pelas luzes de Natal. Obrigado pelas lições de paciência. Obrigado pelas mudanças pequeninas, substanciais e tão corriqueiras...


Contos são pequenas histórias, normalmente curtas o suficiente para que você não perceba que já chegou ao fim. Contos carregam uma minúscula parte de toda a Escrita, grande e poderosa força que move o mundo e governa os sonhos.
Escrever é o ato de dar forma ao mundo. Mas se os contos são tão curtos, como podem carregar um mundo dentro deles? 
Contos são curtos, então não carregam mundos. Só parte deles, uma ínfima cena dentro de um imenso teatro, usando apenas um descartado pano de fundo, e se apresentando no horário menos nobre. Contos são marginalizados, desprezados, e brilham, jogados nos cantos esquecidos.
Um conto pode flutuar numa conversa, jamais registrado com as cicatrizes das letras. Jamais preso em uma jaula de papel ou pedra. Pode também estar nos livros, entre seus irmãos, ou num canto, num prefácio, num pequeno discurso de aniversário de mil oitocentos e vinte e três.
O que importa é que estão vivos, não tão poderosos como histórias, mas com a mesma nobreza, que quase nunca é percebida, devido a sua pequenez. Mas estão ali, contando-se.

Quem conta um conto...

1 comentários:

Paty Pondian, Livros e discussões sobre eles. disse...

Sempre gostei de contos e foi com eles que aprendi a gostar de ler (como todo mundo, suponho), mas realmente contos e seus autores são um tanto marginalizados na literatura.